A Aliança PIONEER é um consórcio de dez universidades europeias, oficialmente instaurada em 2025 e com a duração de 4 anos, que promove o desenvolvimento de cidades inclusivas, sustentáveis e resilientes. Este eixo de atuação está intimamente relacionado com o ODS 11 e permite ligar a academia com questões ambientais e sociais dentro da europa, dando a oportunidade à PIONEER de se posicionar como uma referência nesta transição. Em conjunto, os parceiros representam mais de 130 mil estudantes, 17 mil membros de corpo docente, distribuídos por 33 campi em 32 cidades e 16 regiões. A iniciativa das Alianças Europeias foi criada pela Comissão Europeia e tem expandido o seu financiamento desde 2017. Com a ligação ao programa Erasmus+, surge uma rede de instituições de ensino superior que colaboram a nível de ensino, investigação e inovação pedagógica. Atualmente existem 65 alianças europeias, que envolvem mais de 430 universidades.

A Direção da AEISCTE esteve presente no Kick-off Meeting da Aliança PIONEER, em Paris, no campus da Universidade Gustave Eiffel, nos dias 25 e 26 de fevereiro. Enquanto representantes dos estudantes do Iscte, tivemos a oportunidade de partilhar a nossa visão sobre temas como a mobilidade e perceber o que esta aliança pode trazer aos nossos estudantes. Um dos objetivos finais passa pela criação de um campus europeu, único e aberto, onde estudantes, investigadores e docentes podem cooperar em vários projetos. A nível estudantil, surge também a visão de cursos europeus, que consistem em planos de estudo mais abrangentes, juntando o melhor que cada universidade tem para oferecer e que permitem que estes não se limitem ao contexto nacional, mas que tenham uma visão europeia. A nível de programas de mobilidade de curta duração, surgem os Blended Intensive Program (BIP), com uma componente online e outra presencial numa universidade PIONEER, sobre uma temática específica. Esta participação pode alterar o paradigma das unidades curriculares optativas no Iscte, pelo facto de um BIP poder atribuir créditos ECTS aos estudantes que participam. As microcredenciais são certificações semelhantes a um BIP, podendo ter maior duração, mas que se podem enquadrar também para profissionais e trabalhadores. É importante referir que um programa de mobilidade “tradicional” Erasmus+, também é reinventado neste âmbito, pois permite uma ligação mais direta dentro da rede da Aliança, como por exemplo, nos processos de inscrição e creditação. A integração com a comunidade académica não está somente limitada ao ensino, mas também irá permitir e dar abertura para plataformas e recursos partilhados de estágios e de empregabilidade. 

Esta Aliança não é somente um projeto de mobilidade, mas sim uma transformação no ensino superior europeu, abrindo caminho para uma diminuição entre as fronteiras que impedem o desenvolvimento do ensino e do conhecimento. Embora alguns objetivos sejam somente concretizáveis a longo prazo, teremos a oportunidade de começar a ver os efeitos e benefícios provenientes da interculturalidade, mobilidade e componente pedagógica deste intercâmbio europeu. A construção da Aliança exigirá uma participação ativa por parte da comunidade estudantil, sendo que a AEISCTE estará presente para garantir que a opinião dos estudantes seja tida em conta.